Fiquei com uma certa inveja branca da boa lista que nosso Lúcio Ribeiro caipira, Nico, fez dos melhores discos do ano. Por isso, contactei Hygino e meu amigo Pedro Deluna, essa terra roxa irrigada de conhecimentos nostálgicos musicais, para me ajudarem na difícil, porém deliciosa, tarefa de listar os 20 maiores One Hit Wonders (artistas de um hit só) brasileiros desta década que acabará junto com os fogos de Copacabana do próximo dia 31. Alguns que inclusive já haviam passado pela falecida coluna Relembrando deste blog. O resultado final é este abaixo, vem na minha que é feriado:
20- Mary’s Band – Happy Birthday: É isso que dá passar a adolescência ouvindo Basket Case. Espero que esses 3 quando olharem pra essa música hoje tenham vergonha do que fizeram ou, no mínimo, não se orgulhem de ter passado a juventude indo no Hangar.
19- Guentaê – Sapatilha 37: Esses tentaram fazer sucesso quando os criadores do forró universitário já estavam fazendo doutorado. Por não se diferenciarem muito das 813 bandas que fazem “temporada” no Canto da Ema, ainda tem que conviver com aquela velha pergunta “pô, mas essa música não é do Falamansa?”.
18- Mariana Kupfer – Looking for Love: O Brasil agradece que uma das maiores patricinhas do país parou por aqui com sua carreira musical. São por essas que eu tiro o chapéu pra Patrícia de Sabrit que não faz nada da vida, mas pelo menos não tenta convencer geral com seu inglês “perfeito”de 3 meses de intercâmbio na Nova Zelândia.
17- Vinícius e Andinho – Corpo Nu: Podia muito bem ser a 20ª, mas uma música que possui uma frase como “Sua mãe bolada, querendo me matar” merecia um pouco mais. Brilhante.
16- Twister – 40 Graus: Sander e sua trupe anteciparam essa onda desintoxicação que se perpetuou pelas boybands do mundo. O rapaz que atrás do seu óculos Rayban te via em todas as manhãs ficou preso após traficar bala em baladas paulistanas e anos depois acabou virando palestrante desses de auto-ajuda. De qualquer forma, sua canção fébril marcou os muitos Disks Mtvs de 2001.
15- Tchakabum – Tesouro de Pirata (Olha a Onda): Kleber Bam Bam pode se orgulhar de 3 coisas na vida; ter sido o vencedor do primeiro BBB, ter criado a Maria Eugênia (e chorado em rede nacional por ela) e ter enfiado na cabeça da população brasileira essa swingueira mezzo baiana, mezzo carioca. Destaque para aquela coisa meio complete a música à lá “Fazer amor de Madrugada, em cima da cama em baixo da escada” naquele trecho “Molhou a barriguinha, barriguda, molhou o seu pézinho, que chulé“, uma excelente maneira de conquistar um público-alvo digno de tamanha malemolência, as crianças.
14- Braga Boys – Bomba: Uma explosão de mau gosto perpetuada no ano de 2000. E óh que esse que vos fala não renega um Psirico.
13- Johnathan da Nova Geração – Eu Sou o Johnathan da Nova Geração: 2001 foi uma odisséia no funk. Que o diga Bonde do Tigrão, Vanessinha Pikachu dentre muitos outros que congestionaram programas de auditório como Superpop e Sabadaço na época. Mas, ao menos pra mim, nada foi tão marcante quanto o molequinho filho da Mãe Loira e Pai Moreno da Furacão 2000 falando “dance Potranca” com a mesma naturalidade que discutia a evolução do Charmander para o Charizard. Hoje o menino cresceu e está pegando Lanai, a filha funkeira de Kadu Moliterno. Fica aí a dúvida se ele anda a tratando que nem o sogrão tratava a sogra.
12- Dogão – Dogão é Mau: Rick Bonadio nos presenteou com esse cachorro putão cantando um rap wanna be niggar. Cada um tem o Gorillaz que merece.
11- SNZ e Richard Lugo – Nothing’s Gonna Change My Love for You: Vocês se chamam Sarah Sheeva, Nãna Shara e Zabelê, sua mãe abriu uma igreja evangélica que mistura Jesus com OVNIS e seus lábios fazem botox ter inveja. Preciso falar algo mais? Quanto a Richard Lugo, quem é você no cenário musical norte-americano? Quer dizer, quem é você em Avaré? Um abraço.
10- Mário Veloso – Eu Faço Tudo Por Você: Poucos caras conseguem resumir um estilo de vida. Mario Veloso pode se gabar que é um deles. Manja aquele cara que estudou no Porto, passou em publicidade na FAAP, ganhou um Audi aos 18, tem um ármario baseado em calças Diesel, polos Sérgio K, camisetas Osklen e Abercrombie e compra aquele champagne na Pink Elephant que quando chega na mesa para a balada? Pode ter certeza que ele tem um pouco de Mário Veloso no seu coração. By the way, o rapagão já pegou adivinhem quem? A patricinha que queria ser cantora, mas só emplacou uma canção cantada em inglês de quem fez intercâmbio por 3 meses na Nova Zelândia. Parabéns a todos os envolvidos.
9- Dallas Company – Clima de Rodeio: Quero mandar um abraço para todo mundo que em alguma festinha de 15 anos já foi da galera de cowboy, ou da galera de peão e que mesmo sem ter uma beca invocada ou um pingente no chapéu, gosta de rodeio e bate na palma da mão.
8- Kaleidoscopio – Tem que Valer: Fruto daquela vibe “drum’n’bass com Bossa Nova”, coqueluche em todas as rodinhas de “críticos musicais” em 2003, Kaleidoscopio servia muito bem pra completar aquele cd de “músicas lounge” do Luciano Huck, ou como trilha para aquelas imagens da Praia do Pepê, com o carinha dando giro no bodyboarding, somadas àquelas luzes propostas que rolavam no meio da Malhação. Que Deus os tenham.
7- Rapazolla – Coração: Nordestinos como eu sabem muito bem que Coração, muito antes de Tomate e sua Rapazolla levarem pro axé, já tava estourada com Aviões do Forró, Cavaleiros do Forró e Dorgival Dantas. Mas, pra toda essa rapaziada paulistana criada a leite com pêra, ovomaltino, mega drive e que no terceiro ano foi pra Porto Seguro, Coração foi a trilha desses momentos etílicos e micareteiros na Passarela do Álcool e ponto.
6- Cogumelo Plutão – Esperando na Janela: “Mas Caju, isso aqui não é 1999 não?” Pior que não. Essa banda liderada por este protótipo de Renato Russo emplacou esta coisa nos nossos ouvidos em 2000, graças a Manoel Carlos e sua Laços de Família, que, se não bastasse, já tinha empurrado a força na nossa memória Lara Fabian e sua Love By Grace.
5- Motirô (Cabal) – Senhorita: Eu vou falar uma coisa que você vai ler e ficar com ela o resto do dia fuzilando a sua cabeça – HEY SENHORITA VOCÊ É A ÚNICA DA LISTA, QUANDO TE VI DANÇAR NA PISTA, VOCÊ FOI A MAIS BONITA.
4- Br’oz – Prometida: Boyband, coreografia putona, pegada musical latina, onomatopéia (pararêêêê), gritinhos do galã (Não se esqueça que eu não te esquecereeeeeeeiiiii) e refrão grudento. Ta aí a fórmula para uma música virar um clássico pop (ou não). Sim Sim Sim.
3- Edu Ribeiro – Me Namora: O nome do cd do cidadão já dizia muito “Roots Reggae Classics e outras canções”, pois bem, Me Namora é um poço de rimas ricas como namora/chora, agora/namora e sim/mim, compostas por um cara que só queria da VAZÃO AOS SENTIMENTOS (!!!).
2- Mc Créu – Créu: Você, seu publicitáriozinho fajuto de planejamento que acha que cria “conceito” e antecipa “tendência”, aprenda com esse gênio que ser coolhunter no Brasil é criar as mulheres-fruta e virar hit do verão.
1- Luka – Tô Nem Aí: Essa música tocou tanto, mais tanto, mais tanto, que teve neguinho fazendo estudo sobre o motivo de tamanha capacidade de grude da canção. A explicação é mais ou menos a seguinte; quando Luka soltava o agudo do refrão (aííí), ela entoava uma tal nota conhecida pelos produtores musicais norte-americanos como a “nota de um milhão de dólares”, que é original de uma forma de vocal típica da região dos Alpes chamada yodel (isso não é brincadeira, veja aqui). Essa nota tem maior facilidade de memorização que, auxiliados pela exaustiva repetição que as rádios jovens fizeram da canção, a tornou hit do verão de 2003. Mas, quem teria as manhas de criar uma canção com tamanha força? Só um gênio do porte de Latino.
Qualquer sugestão para atualizações é muito bem vinda. Aquele abraço.
impagável, impagável! me diverti!
*o último que passar, puxa a descarga*
Nada jamais superará o que foi escrito aí sobre SNZ e Richard Lugo. Em 5 linhas, 4 pessoas foram completa e eternamente destruídas, o que dá uma média de 0,8 pessoa destruída por linha. Ou não.
Genial.
HAHAHAHA Sensa demais!
Massss…. Faltou o Bagulho no Bumba dos Virgulóides (anos depois fui num pub em São Paulo e o vocalista estava todo tôdo com uma bandinha de bar). E o inconfundível HIT Relaxa Senão Não Encaixa, dos eteeeeernos VAGABUNDOS.
Beijos!
Nossa, as primeiras são as piores. To nem aí, créu e me namora não consigo ouvir até hoje.
Opa, fui informada que o Bagulho no Bumba e a RELAXA são da década passada (1997 e 1999). Sorry! #AGINGFEELINGS
Maravilhosa a lista, sensacional o texto, mas faltou:
– Matemática, do B5;
– A Cera (Pirou o cabeção), do Surto;
– E, apesar de ser two hit wonder, Felipe Dylon mereceria uma menção mais que honrosa.
Faltou Babi Xavier homenageando Tim Maia com “Que Beleza”.
E ainda o INESQUECÍVEL Lulo Scroback, da Casa dos Artistas 2, com seu hit ‘Por um Triz’…
Deluna, Babi e Alidos 13 realmente mercem seu destaque… Pedro Sol é outro. Mas Lulo não teve hit, Lulo teve uma musiquinha ai.
Abraço!
Niqueta, B5 emplacou uma segunda música (E Asssssssim, pra mimmmmmm não se desfezzzz)
O Surto tb foi cogitado, mas eles também tiveram EU SEI QUE PODE SER, TUDO É POSSIVEL tocando bem nas rádios.
Um abraço!
muito muito muito bom !!
esses meninos merecem um VIDEOCAST.
abc
Ai que vergonha, entrei pra falar dos Vagabundos também… Ficando velha…
só pra constar, “one hit wonder” não devia ser um single só de sucesso, tem artista sobrando nessa lista…a Luka ainda teve uma chamada “porta aberta” que não foi o sucesso de “to nem aí”, mas asegurou o sucesso dela por mais uns meses…SNZ teve “retrato imaginário”….deixaram de por a Babi pra zuar com os outros huahua…mas concordo com o restante da lista
Genial!!!
Vou ter uma vergonha de dizer que “É… isso fez sucesso no meu tempo”.
E as observações sobre Sara Sheeva e compania foram ótimas xD
excelenteeee!!! ri mto aquii!!!
pegaram os melhores videos…kkk!!
parabéns meninos!!
hahahha… demais!! Viajeeei no tempo!
Mas Felipe Dylon com sua Musa do Verão mereciam estar aí!!!
Faltou aquela “Marina Elali” tb, que até hoje não sei se a profissão dela é ser cantora ou esposa de diretor todo-poderoso da Globo
Tenho que confessar, adorava umas músicas que você postou.
Sensacional.
Faltou a “Festa no Apê”, do Latino.
Não, o Latino tem mais hit do que o Michael Jackson. Cara, como eu gosto de Coração do Rapazzola.
CADE O MAURICIO MANIERI?
DÚVIDA: P.O Box é 90′ ou 2000′??
se for 2000′, não tem como não estar nessa lista!
Po Box meu caro, é 1998. Uma pena!
Me lembro deles em 2000 como sucesso nacional.
Iááá.
Geeeeenial! xD
SUCESSO CAJU!
SÓ SUCESSO!
chorei lendo isso , cara.
Obrigada.
Disponha Chaveiro, estamos aí pra isso!
Hahaha!
E mesmo assim, Po Box teve “Não tô Entendendo” que tbm emplacou além de “Papo de Jacaré”
Caju… cometemos um grave crime… esquecer BÊCA ARRUDA e seu hit, Always Together. Aliás, ele pegaria um top 10 nessa lista. Ah.. esqueci de citar o Alma D’Jem, banda do primo do Amoroso, lá de Brasília. E, pelo menos no Sul, uma banda gaúcha chamada Catuípe e os Canibais, chegou a emplacar seu hit ‘Coração de Reggae’ nos primórdios do Kazaa…
Ah… lembrei ainda de Claudio Zoli e Banda Brylho, com sua Noite do Prazer, cuja versão original fez sucesso nos anos 80, mas o remix brilhou nos anos 2000. E ainda, claro, tivemos Seu Cuca, com sua música ‘Onde Você Estiver’, que tocava à exaustão no TVZ e cujo clipe contava com ilustres figuras malhacionísticas como Bruno de Luca e Fernanda Rodrigues.
Sinto que teremos que lançar a lista dos anos 90 já já.
Desde já, deixo minhas dicas…
– P.O. Box
– Pepê e Nenem (quem quiser ser chato vai dizer que elas tiveram 2 sucessos, mas.. entremos no espírito da coisa)
– Fincabaute
– Mr. Jam
– Vanessa Rangel
– Milton Guedes (‘sonho de uma noite de verão, mira mira mira’)
– Axé Blond
Cidia e Dan, um abraço!
Lulo Scroback é o líder de uma nova categoria chamada ‘half-hit-wonder’
Doctor MC’s não podem faltar na nova lista.
O que dizer de Hateen – 1997 ?
Faltou a Éguinha Pocotó!
Xibombom, d’As Meninas ;)
Eu sei que o Rouge teve mais ums ou duas músicas famosinhas depois de Ragatanga. Só não lembro quais eram.
Só corroborando: Lista 90 tem que ter Baba Cósmica – Sábado de sol.
(simm não era dos Mamonas)
É..É…É,eu acho que o bagulho é de quem tá de pé é
VIRGULOIDES(?)
Eu tenho uma certo sentimento por Cogumelo Plutão não ter bombado.
E por falar em “Bomba”, foi uma das primeiras vezes que um sucesso boliviano teve versão brasileira!
que maldito, agora eu to com a senhorita na cabeça. mas pelo menos assim consegui tirar ximbica e a sua libera a saida do juizo.
Muito boa!!!
Parabéns!! relembrei minha época de “vida loka”, quando curtia “dogão é mau” e o Cabal…huahauhuahhahahhau
Além do mais descobri q a sapatilha 37 não é do Falamansa!!!
Parabéns msm!!!
Opa, grande lista, faltou só O Surto, isso se eles não forem de 1999. E, claro, Os Kmarada, banda cópia d’O Surto (que já era cópia de basicamente tudo de ruim no mundo) e OS SEIS MANÉ SENTIDO LITORAL OUVINDO REDIHOT BOBEMARLE CHARLE BRAUM.
E valeu pela citação aos coolhunters de plantão. Todo mundo sabe que o maior coolhunter do Brasil é o Latino, o único capaz de fazer um hit diferente a partir de cada moda de internet que surge. Mais eficiente que dez publicitários de óculos de aro grosso com uma network de respeito.
Faltou citar o Casino, que foi coqueluche também e depois sumiu…